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Por Rodrigo Mello
30 de junho de 2020, 16:55

Delegado Fernando Martins usa tribuna e volta cobrar duplicação de trechos urbanos da PR 323

Durante o discurso, o deputado explicou que tem recebido muitas cobranças da população da região. Isso porque o governo anunciou, ainda no ano passado, a abertura do processo de licitação para a contração de empresa que fará a obra de duplicação, mas até o momento, nada foi feito

Além da duplicação, o parlamentar também pediu que sejam construídas as terceiras faixas. Foto: Assessoria



O deputado Estadual Delegado Fernando Martins (PSL) usou a tribuna da Assembleia Legislativa do Paraná (Alep) durante sessão virtual da Casa nesta segunda-feira (29) para cobrar a duplicação dos trechos urbanos de três municípios do noroeste cortados pela PR 323, que foram prometidas pelo governo do Estado.

Além da duplicação, o parlamentar também pediu que sejam construídas as terceiras faixas que estavam previstas antes da rodovia ser integrada ao pacote do governo Federal que pretende conceder diversas rodovias do país a para a iniciativa privada. 

Segundo o parlamentar, apesar de entender que o momento é difícil por conta da crise provocada pela pandemia da Covid-19, a região não pode mais esperar por uma obra que além de ser aguardada por muitos anos, também é necessária para o desenvolvimento da economia regional e para salvar vidas que continuam sendo perdidas por conta do alto número de acidentes.

“Nós já ficamos por muitos anos sendo prometida essa duplicação e, até agora, nada. Sabemos que a duplicação vai acontecer somente com a concessão da rodovia para a iniciativa privada. Mas, melhorias que foram prometidas, ainda não se realizaram. Então estamos aqui hoje cobrando mais uma vez o governo do Estado para que essas melhorias sejam realizadas”, pontuou o parlamentar.

Durante o discurso o deputado explicou que tem recebido muitas cobranças da população da região. Isso porque o governo do Estado anunciou, ainda no ano passado, a abertura do processo de licitação para a contração de empresa que fará a obra de duplicação dos trechos urbanos da rodovia, a começar pelo trecho urbano de Umuarama, no entanto, 
até o momento, nada foi feito.

“Nós estivemos com algumas lideranças da nossa região que cobraram a licitação do trecho urbano de quatro quilômetros e meio que vai do Posto Gaúchao até o trevo de acesso a cidade de Mariluz. A licitação foi prometida para novembro do ano passado. Essa licitação ainda não foi realizada e as pessoas tem cobrado porque a PR 323 é conhecida como 'rodovia da morte' e tem muitas pessoas que tem perdido vidas de pessoas queridas e nada até o momento foi feito”, afirmou o parlamentar durante a sessão.

De acordo com o deputado, apesar do Governo estar dando continuidade nas obras, inclusive com o andamento da duplicação entre Paiçandu, norte, e Doutor Carmargo, noroeste, o Estado precisa viabilizar, de forma emergencial, as terceiras faixas que ajudariam a melhorar a trafegabilidade e dar um pouco mais de segurança para quem usa o trecho. 

“Sabemos que tem obras sendo executadas até Doutor Camargo, mais ainda é pouco. Nós esperamos que a duplicação aconteça e, mais do que isso, melhorias sejam feitas nesta rodovia de forma emergencial, principalmente a questão das terceiras faixas, que também foi uma coisa prometida pelo Governo recentemente”, pontuou o deputado. Ao final da reportagem o vídeo com o pronunciamento do parlamentar na integra

Histórico das obras de duplicação

A duplicação da PR 323 entre Paiçandu e Francisco Alves, que passa pelos trechos urbanos de Umuarama, Cianorte, Cruzeiro do Oeste, entre outras cidades importantes do Noroeste, era uma promessa de campanha do governador Beto Richa (PSDB) assinada em cartório em 2010. 

O trecho de 220 quilômetros é a principal ligação com o estado de São Paulo, além de uma rodovia de extrema importância para o transporte da produção agrícola do Sul do país em direção ao centro oeste brasileiro.

Com um custo estimado em R$ 6 bilhões de reais ela seria realizada através de uma PPP (Parceria Público Privada). O Estado até chegou a assegurar os recursos, mas a Odesbrecht, empresa que encabeçava o Consórcio ROTA 323, que venceu o processo de licitação para a execução da obra, não conseguiu os recursos necessários junto ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDS) para dar início à duplicação.

O dinheiro foi negado por conta do envolvimento da empresa em esquemas de corrupção apontados pela Operação Lava Jato, um destes, inclusive, mostrou que a obra teria sido um acerto entre o ex-governador e a empresa por conta de doações feitas pela Odesbrecht em uma das campanhas eleitorais de Beto Richa ao governo do Estado.

O valor seria de R$ 2 milhões que seriam pagos em quatro parcelas de R$ 500 mil, mas apenas um pagamento teria sido feito. O dinheiro voltaria para a empresa através de contratos superfaturados de serviços de manutenção.

Em outubro de 2016, um acidente em Cafezal do Sul, que ainda não foi completamente esclarecido, matou 21 pessoas que iriam consultar em Umuarama. Elas estavam em um ônibus da prefeitura de Altônia que bateu de frente com um caminhão. Todas as vítimas morreram carbonizadas.

Novo capitulo

A história passa por um novo capítulo depois que a então vice-governadora Cida Borghetti (PP), assumiu o governo do Paraná, em abril de 2017, quando Beto Richa renunciou o mandato para concorrer ao Senado. Uma licitação foi feita e a obra, depois de ter passado por dezenas de readequações sugeridas pelo Tribunal de Contas do Estado do Paraná (TCE-PR), foi iniciada. Apesar do ritmo lento vem acontecendo e o prazo de entrega é de dois anos.

Agora o governo do Paraná deverá duplicar pelo menos mais dois trechos, os urbanos de Umuarama e Cianorte e, em seguida, a rodovia deverá sem entregue para o governo Federal que fará a concessão para a iniciativa privada que será responsável pela duplicação. A previsão é que até 2026 a rodovia esteja totalmente duplicada.


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